Com um olhar voltado para a diversidade e o empoderamento feminino, a Superintendência de Política de Direitos Humanos (SPD) da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania (SAS), em colaboração com a Loja Larga Roupas e a Escola de Mães Luz, realizou o evento “Beleza Inclusiva”.
O desfile de moda, que aconteceu na Galeria Victória, no bairro Tiradentes, contou com a participação de dez mulheres indígenas e cinco surdas e foi muito além da moda, propondo uma reflexão sobre a beleza como um direito fundamental.
Segundo a gerente de Proteção e Promoção da Diversidade da SAS, Bárbara Cristina Rodrigues, o evento “Beleza Inclusiva” teve como foco também a promoção do autocuidado feminino. As participantes foram escolhidas a partir do curso Cuidando de Mim, uma parceria entre a SAS e a Escola de Mães Luz, que promove capacitações com mulheres, rodas terapêuticas, cursos de qualificação e de artesanato. “A gente falou que ia fazer um desfile e fez o convite para as participantes do curso, e tivemos uma aceitação de 100%”, revelou Bárbara.
Com o projeto definido, a equipe da SPDH saiu em busca de parceiros para viabilizar o desfile. Foi então que o empresário Inácio Martins ofereceu o espaço da Galeria Victória, e a empresária Talita Trindade, da Larga Roupas, cedeu as roupas para o evento. O projeto ainda contou com o apoio da cabeleireira Sandra Vicenza, da maquiadora Luciana Mendonça e da responsável pelo grupo Caçadoras de Biju, Sílvia Tavares Farina, também idealizadora da Escola de Mães Luz, que realiza ações sociais em diversos bairros de Campo Grande.
Para o desfile, Sílvia foi responsável pela decoração e emprestou as bijuterias produzidas pelas mulheres assistidas pelas Caçadoras de Biju, que aprendem a transformar acessórios em peças que podem se tornar tendência. “Foi uma junção entre o poder público e a sociedade civil que viabilizou o projeto, porque acredito que a intersetorialidade é fundamental para o sucesso dessas parcerias”, pontuou Bárbara.
A superintendente de Política de Direitos Humanos da SAS, Priscilla Justi, destacou que a iniciativa reforçou a importância do cuidado com a saúde da mulher e, principalmente, a valorização da autoestima como pilar essencial para o bem-estar físico e emocional.
A ação também reafirmou o papel articulador da SAS, fortalecendo a rede de apoio e a visibilidade de mulheres de diferentes origens e contextos, por meio de parcerias estratégicas com a sociedade civil e o setor privado.
Identidades
Na opinião da Miss Simpatia Indígena 2025, Elika Andressa, que fez sua estreia na passarela, a realização de um desfile de moda inclusivo é fundamental para garantir que todos os grupos se sintam respeitados e representados em sua singularidade. Para ela, o “Beleza Inclusiva” materializou essa necessidade ao colocar na passarela mulheres surdas e indígenas, dando destaque a trajetórias, identidades e expressões culturais que muitas vezes são marginalizadas nos círculos tradicionais da moda.
“Foi uma experiência única, gratificante e muito importante para a valorização e representação das comunidades, mostrando nossa história de luta e tradição do povo Terena”, ressaltou Elika, que faz planos de seguir carreira como modelo, com o objetivo de desconstruir padrões estéticos e superar barreiras.
Também estreante nas passarelas, Waldirene da Cruz Primo, que é surda, aprovou a ação e demonstrou entusiasmo em participar de outras iniciativas. “Se eu tivesse oportunidade de me tornar uma modelo madura, investiria sim. Precisamos ter mais oportunidades em outros campos profissionais”, finaliza.
#ParaTodosVerem: Imagens do desfile com as modelos e as equipes organizadoras.
