Vigilância Ambiental alerta sobre os riscos do caracol africano e orienta o que fazer ao encontrar o animal

Os últimos dias têm sido chuvosos na capital paraibana e isso contribui para a reprodução do caracol africano, molusco que pode transmitir diversas doenças para os humanos. Em João Pessoa, a Gerência de Vigilância Ambiental e Zoonoses (GVAZ) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) realiza o trabalho de eliminação dos criadouros desses animais, mas a população também pode colaborar para combater a reprodução dos caracóis africanos.

O biólogo Fabrício Souza, que atua na GVAZ, explicou que o caracol africano costuma se reproduzir em ambientes úmidos. “Dias de chuva, em locais que tenham vegetação alta com sombras, são propícios para eles se reproduzirem. Os caracóis africanos são hermafroditas e se reproduzem rapidamente, colocando de 50 a 300 ovos em um só acasalamento. Por isso, há uma dificuldade em se fazer o controle desse animal. Inclusive, mesmo em períodos mais quentes, eles começam a se reproduzir e os ovos não eclodem, só vão eclodir em momentos mais frios”, afirmou.

De acordo com o especialista, o caracol africano se alimenta de matéria orgânica em decomposição como fezes e carcaças de animais, podendo se infectar com doenças e, por sua vez, transmiti-las para humanos. “Caso a pessoa tenha contato com esse animal sem proteção nenhuma e leve as mãos sujas até a boca ou se alimente de alguma hortaliça ou fruta que teve contato com esse caracol, essa pessoa pode adoecer”, alertou.

Fabrício Souza explicou ainda que a transmissão da doença de um caracol para um ser humano só ocorre a partir de um contato direto. “O simples fato deste animal estar no ambiente, não vai provocar uma doença. Se há uma parede repleta de caracol ou meu quintal tem caracol, mas eu não tenho contato direto com esse animal, isso não vai transmitir a doença”, enfatizou.

Catação do caracol – Caso o cidadão perceba a presença do caracol em sua residência, ele mesmo pode realizar a catação do molusco, tomando alguns cuidados. “Quando existe a presença desse animal no quintal ou em outro ambiente de sua casa, você deve fazer a catação sempre com as mãos protegidas utilizando luvas ou sacos plásticos e máscara, para evitar o contato direto”, orientou o biólogo.

Após a catação, deve-se colocar os caracóis dentro de um balde com água e sabão em pó. “Depois de 30 minutos em contato com a água, eles vão morrer afogados e você pode descartar essa água num ralo. Os caracóis mortos devem ser despejados dentro de um saco para a coleta de lixo”, recomendou.

Serviço – Em caso de dúvidas, o cidadão pode solicitar orientações ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) por meio do telefone de contato 3213-7782. O serviço fica localizado na Rua Walfredo Macedo Brandão, nº 100, Bancários.